A propósito do comentário do
António no post anterior.
Quando a TVI vai buscar um bocado de plasticina a Sevilha e faz disso manchete, o que pretende? Pretende "desmascarar" um problema? Ou pretende ganhar dinheiro com uma caricatura?
Que eu saiba, os repórteres da TVI não estão referenciados pela polícia como potenciais terroristas (depois destas reportagens deveriam passar a estar), como o não estão 99% das pessoas que todos os dias cruzam as fronteiras. O que está implícito na reportagem da TVI é que a segurança só pode ser garantida num estado policial, cinco milhões de polícias a vigiar outros cinco milhões, delação, e todos os outros ingredientes.
Não é que a TVI acredite na necessidade de um estado policial. Aliás, não é que a TVI acredite em alguma coisa, excepto na verdade do dinheiro. Os valores que prega numa reportagem podem ser contraditórios com os da reportagem seguinte, desde que isso lhe dê mais audiência.
Para a TVI, vale tudo, incluindo a caricatura finalizada pelos comentários inenarráveis do palhaço de serviço, Manuela Moura Guedes, de seu nome.
Se a TVI quer fazer jornalismo sério e sem batota, tente fazer passar objectos realmente perigosos para dentro de um avião, onde à partida todos somos suspeitos. Por exemplo. Não brinque com coisas que não quer perceber, porque se está nas tintas, porque lhe dá jeito.
Quando um dia se fizer a história dos media em Portugal e de como eles contribuíram para a idiotização generalizada, a TVI terá finalmente o seu merecido reconhecimento.
Posição de princípio
As sociedades de modelo democrático, laico, etc., têm toda a legitimidade para lutar com todos os meios admissíveis (cada vez mais elásticos) contra qualquer indivíduo, grupo, ideologia, que, por meios violentos, tente subverter os seus valores societais básicos. Não têm de "compreender", nem dialogar, com o terrorismo. Os atentados não são uma fatalidade, mas temos de assumir que não podemos evitá-los todos e temos de incorporar esta consciência no nosso dia-a-dia e no nosso estilo de vida.
