quinta-feira, novembro 06, 2003

Razões para (Realmente) Amar Portugal

É fácil, a todos nós, enumerar várias coisas muito erradas em Portugal, como eu também fiz, aqui. É fácil decidir que não há emenda, as coisas são assim, sempre foram e sempre serão.

E depois tropeço no Carlos Paredes.

E o Ter que Ser Portugues passa, como por magia, de um fado, uma espécie de partida cruel do destino, para um acto de vontade. E decido que nunca poderia ser outra coisa.

Sou muito volúvel.

Ouvir Carlos Paredes e continuar a não desculpar os erros, os defeitos, os feitios portugueses é, para mim, um exercício tão difícil como, nas descobertas da adolescência, ler Álvaro de Campos e resistir à lógica de que o conhecimento e a infelicidade estão indissoluvelmente ligados.

Portugal é Carlos Paredes. Portugal não é Carlos Paredes.