domingo, outubro 26, 2003

Uma proposta (português) suave

Os fumadores são assassinos suicidas e os não fumadores são fundamentalistas clean estúpidos. Bom, esta parece-me uma boa base para que possamos chegar a um acordo.

Isto é muito óbvio, mas a questão do fumo só se põe no espaço público fechado. Por isso, não se trata de saber se fumar faz bem ou mal (uma questão privada entre cada um e o seu médico), mas sim como é que pessoas com atitudes distintas podem ocupar esse espaço.

Não me parece admissível que o Estado se intrometa na definição da política de fumo de espaço públicos, para além daqueles óbvios em que já o fez. Mas parece-me admissível que obrigue cada gestor particular a fazê-lo. Ou seja, cada espaço deve definir claramente à entrada, pela sinalética apropriada, qual a sua política de fumo. Depois, basta deixar o mercado funcionar. Não é o que fazemos sempre?

Além disso, é estúpido que seja apenas proibido fumar, ou não. Sugiro algumas variantes:

1. É legalmente proibido fumar (símbolo tradicional);
2. É proibido fumar por decisão do estabelecimento (símbolo tradicional a verde);
3. É condicionalmente permitido fumar caso ninguém lhe peça para apagar o cigarro (ponto de interrogação sobre o cigarro);
4. É permitido fumar (símbolo tradicional);
5. Associação entre 2 e 4: temos espaços para fumadores e não fumadores;

(Eu sei, podemos criar variantes risíveis. É para isso que pagamos aos humoristas.)

Se isto não for feito pela "sociedade civil" o Estado acabará por decidir, e decidirá mal, naturalmente. E culpamos os eurocratas pelo nosso desleixo.

Desculpar-me-ão os fumadores, mas nos espaços que somos obrigados a partilhar (trabalho, por exemplo) deve ser permitido fumar apenas naqueles em que todos os ocupantes habituais fumam.