Um país, dois sistemas
Pois. Eu também já disse isso, António. Todos dissemos isso em algum momento das nossas vidas. E depois, o que resta? Um fogacho efémero, uma questão estilística, de oratória inconsequente.
Não há esperança, porque não há desejo de mudança, e por isso, não há faca. Acredita: somos felizes assim, num país, dois sistemas: uma elite medíocre e um povo analfabeto, de costas voltadas, ambos tratando das suas vidinhas, um ignorando ostensivamente o outro.
Não há movimentos colectivos nem (brrr) "revoluções". A revolução é interior. É ler mais clássicos, comer mais peixe, ouvir mais Bach, apagar a televisão, dar mais passeios a pé junto ao mar, ter mais prazer no que se faz, falar mais com estrangeiros, envolver-se mais com a comunidade local, voltar à família e ter uma ética decente. Por exemplo.
Ah, a propósito, mas afinal quem é esse tal de "povo"?
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