sábado, outubro 04, 2003

Once upon a time, in a galaxy far, far away...

Não saber escrever é uma das grandes frustrações da minha vida.

Alimento secretamente o desejo adolescente de escrever uma saga de ficção científica passada num futuro muito distante. Mas tenho um problema, que passo a explicar: não há história de ficção científica que não se alimente da realidade conhecida do leitor: jogos de poder, afectos, projecções de tecnologias já existentes ou imaginadas. Mas quem acredita que no futuro será o herói a apontar e a disparar a pistola de raio laser? Tudo será feito por pelos computadores!

Gostaria de escrever uma coisa que fosse mais verosímil (do ponto de vista do futuro), mas com tudo à nossa volta a desmaterializar-se e a transformar-se em energia, em que o próprio corpo ameaçar virtualizar-se, em que, no limite, a consciência, a experiência, as memórias de cada um, se fundem numa consciências universal, pura energia rodeando o planeta, não sei muito bem como definir o meu herói nem que trama seguiria para história. Qual a diferença entre um bit novo e um bit velho? Posso dizer que AC são os bons e DC são os maus? Sei que poderia acabar num imenso apagão, como está na moda, mas isso é muito óbvio.

"Lembro-me da infeliz família Byte, do clã KByte, que viviam em MegaByte..."