Mais uma
vandalização de uma peça de arte contemporânea. Desta vez, coube o infortúnio a
Jimmie Durham, que era representado por uma escultura na exposição de arte contemporânea promovida pelo
Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz. Peças incorrectamente identificadas como "cacos" de uma peça incorrectamente identificada como um "lavatório" foram de forma ignara retiradas do contexto simbólico do objecto artístico por uma mulher da limpeza.
Recorda-se que há algum tempo passou-se um caso idêntico na
Tate Modern de Londres, quando uma suposta "mulher da limpeza" despejou uma peça de uma escultura incorrectamente identificada como um "cinzeiro".
Esta sequência de casos levou a Interpol a averiguar se não estaremos perante uma rede internacional de terroristas culturais conservadores que se dedica à profanação de arte contemporânea. Até ao momento não se conhecem resultados dessa investigação.
Outras fontes por nós contactadas afirmam, no entanto, que tudo não passa de uma coincidência e que se deve à incapacidade manifestada pelas classes baixas de compreender o elevado nível de abstractização e conceptualização, com vários níveis de leitura e meta-leitura, presente nas peças representativas dos movimentos mais vanguardistas da arte contemporânea.
A "mulher da limpeza" permanece em parte incerta e incontactável. Ao que foi possível averiguar, trata-se de alguém habituada ao convívio com os círculos locais artísticos e do poder autárquico, tendo, nomeadamente, exercido funções em casa do anterior presidente da câmara da Figueira da Foz, que a terá despertado para o mundo da arte.