quinta-feira, abril 08, 2004

O pão e a educação





Este gráfico, elaborado com dados do Eurostat e relativos a 2001, mostra a percentagem de pessoas que tem, pelo menos, o ensino secundário, cruzado com a percentagem de despesas das famílias gasta na alimentação, em países da EU, ou em vias disso.

Não sei o que dizer. Não sei se deverei começar por chamar "filhos da puta..." às elites que, no governo ou fora dele, nos governaram nas últimas dezenas de anos, continuando com um "... que nos tramaram.", ou se hei-de elevar a coisa e comparar o Club Med com os países de Leste e com o seu potencial de desenvolvimento, ou se discuta o ridículo dos discursos sobre produtividade, porque não há produtividade sem uma massa crítica demográfica que tenha um nível de instrução aceitável...

É um gráfico que serve de ponto de partida para as mais variadas análises. Mas realmente, com este sol, não apetece nada.

(Gostaria de ouvir os vossos comentários, que quiserem fazer o obséquio...)

[Adenda posterior: O peso dos gastos com alimentação é inversamente proporcional ao rendimento, pelo que é um indicador indirecto de riqueza, tal como a educação. A alimentação aqui serve para mostrar que os ex-países de Leste têm um potencial que nós não temos, e que só circunstancialmente são mais pobres que nós, porque estão em processo de mudança de modelo de desenvolvimento. A Portugal falta-lhe essa "alavanca". Somos simplesmente pobres e mal-educados. ]