A Descoberta
"Exmo (a) Senhor(a)
Caso seja um(a) caçador(a) de talentos à deriva pela blogosfera, quero pedir-lhe o obséquio de me descobrir (caso não o sejas, pira-te e não me chateis. Chô!). Tenho um emprego aborrecido e mal pago, o chefe não me compreende e estou ali a esvair-me em horas que o mundo agradeceria, estivesse eu cumprindo o meu destino de artista. Eu nasci para o Belo e para a Arte e estou atascado na pocilga da rotina administrativa, um tecido fino feito emplastro. Sou um diamante em bruto pronto a ser lapidado por quem me descobrir. Vasco da Gama (é o seu nome, não é?), eu serei o seu Cabo da Boa Esperança!
Repare na minha prosa, de humor fino e olhar canalha. Contemple como, qual Zelig, me mimetizo na opinião comum ou, quando necessário, sintetizo em frases displicentes ideias geniais de alma, disparatadas de aparência. Aprecie a inteligente distribuição de erros, apoiada numa invisível estrutura iniciática que lhe dá sentido mas que só é notada por mentes superiores, como a sua! Descubra-me, e terá aos seus pés a rota das especiarias!
Descubra-me, porra!"
[Isto é suposto ser uma caricatura, ok? Já acrescentei aqui umas aspas para a coisa ficar mais perceptível. One never knows what is in the eyes of the beholder.]
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