Mar
Estranha nação esta, cercada por mar, mas sem pescadores ou marinheiros, cercada por terras de Espanha, mas olhando-as de lado, com a sobranceria de um pequeno rafeiro.
Estranho cu de Judas este, invadido por todos os vizinhos, que lhe querem bem, claro. Pelos nossos hermanos, porque si; por aqueles de quem importámos a matriz cultural, porquoi pas, já que estamos aqui; e pela mais velha aliada, em tons pink.
Estranho povo, sem glória nem memória, fanfarrão na cantiga, cobarde no risco, fácil no ranho e alarve nos modos. Choldra desprezada por quem o governa. Choldra desprezível que o governa.
O Mar. Heróis do mar? Não, acabaram, eram outros. Agora só há patinhos na banheira. Foi o mar que nos fez diferentes. É a ausência de mar que faz de Portugal uma cópia barata dos modelos que quer imitar. País marca branca, made in Taiwan.
Marinha. País de marinheiros sem barcos, mas com submarinos para brincadeiras de guerra estúpidas. O inimigo de hoje chama-se Prestige, e não se combate com submarinos.
O mar azul de ontem passou hoje a relva verde, a onda fez-se ola, os dragões são outros. Do Cacém vê-se a bola, não se vê o mar. Grande Cacém é este país.
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