As tintas do Império e o amor em Portugal
Francisco José Viegas fala em "amar as árvores" no último número da Grande Reportagem (R.I.P.). FJV diz que os Portugueses "não amam as árvores".
Pego neste exemplo para mostrar que Portugal é muito fácil de explicar. Há meia dúzia de regras, axiomas, relações que são transversais, pelo que basta alterar os substantivos. Por exemplo: os Portugueses não amam o património (como se vê pelo nível de degradação da maior parte dele); os Portugueses não amam a higiene urbana (auto explicativo); os Portugueses não amam os filhos (como se observa pela educação que lhes dão); os Portugueses não amam a instrução, a cultura, as tradições, a paisagem, os frágeis de qualquer coisa, os seus direitos, os seus deveres.
Os portugueses estão-se nas tintas, na verdade. Penso que aqui houve um lapso optimista do António Ferro. Pareceu-lhe que uma demão bastaria. Está visto que não. Passámos do verde para o verdete sem ter florido. Talvez um enxerto nos fizesse falta.
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